quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A nossa noite....

A noite de Lisboa é boa. Não como o milho mas como coisas mesmo muito boas. Para lhe explicar porquê, Catarina Mendonça Ferreira e António Marreiros foram sair e vieram carregados de olheiras. Tudo para dizer onde vale mesmo a pena ir.

Se há coisa de que nos orgulhamos em Lisboa – e há tanto que nos orgulha – é da noite. A nossa noite, a noite lisboeta, tem de tudo como na farmácia. Sítios modernos, chiques, cool, outros mais manhosos, mais decadentes, javardolas, mesmo. Há a noite dos que acabaram de ter autorização para sair depois das onze, aqueles a quem os pêlos da barba começaram agora a despontar, e há a noite dos que já se cansaram de sair à noite mas que, ainda assim, continuam. E continuam não porque sejam tontos ou masoquistas. Mas porque a noite é boa, mas mesmo boa.
Assim sendo, decidimos fazer um roteiro da noite perfeita. Para começar às nove, com um cocktail, para aquecer, e continuar madrugada adentro, com ânimo e coragem, que além de serem boas as noites de Lisboa são grandes como o raio que as parta.
Desta vez não elegemos um júri para vir dizer qual o melhor spot da capital. Desta vez, de resto, não elegemos um sítio mas vários, consoante a hora da noite a que se vá. São 18 bares e discotecas, mais os três que são especificamente para putos e o Skones, que se destina exclusivamente aos sub-40, vulgo cotas.
Além disso, fizemos ainda o percurso de duas maneiras diferentes: de carro, o ideal para gente bem comportada, sóbria e paciente; e de táxi, para quem quer beber até deixar de saber que está a beber, sem se preocupar com o estacionamento, os agentes da autoridade e seus balões, e a claustrofobia dos parques de estacionamento subterrâneo que obrigam a viagens ao centro da Terra. Por fim, mostramos-lhe onde há bolos e pão quentinho, para ensopar o excesso de álcool e matar a fome que aperta no final da noite. Ou seja, de manhãzinha.
Cinco Lounge
É o único cocktail bar da cidade com bom gosto e profissionalismo. E por isso, se quisesse, podia ser preguiçoso. Mas não é. Com três anos de existência, o Cinco Lounge continua a reinventar bebidas com ingredientes tão interessantes como os coentros. Ideal para arrancar a noite. R Ruben A Leitão, 17A (Príncipe Real).
Mauvais Garçon
Novíssimo, no Bairro Alto. É o típico bistro parisiense: pequeno café, pequeno restaurante, pequeno bar. Está bem decorado, enche-se de turistas durante o dia e de noctívagos depois do jantar. O serviço é simpático mas pouco despachado. Imperial: 2€. Caipirinha: 5€. Rua da Rosa, 39.
Incógnito
O ambiente mais underground de Lisboa. Pequeno, acolhedor e cheio de fumo. A pista transborda de pessoas a curtir o melhor rock de várias décadas. O porteiro, ímpar, tem obviamente currículo em Londres. Imperial: 2€. Vodka: 5€. R Poiais de S Bento, 37.
Tuatara
Tem nome de lagarto mas é mais camaleão. O sítio vive ao sabor de eventos. Em dias mais agitados, escuta-se electro, tecno ou trance, noutros, mais calmos, o chill-out convida a sentar nos puffs. Imperial: 2€. Vodka: 4€. R Centro Cultural, 27 (Alvalade).
Jamaica
É a pista mais eclética de Lisboa: desde as senhoras dos bares de alterne até à mais fina flor. A razão desta afluência é o rock clássico que atrai gente de todos os feitios. Se também é adepto, misture-se que vale a pena. Imperial: 2€. Vodka: 4€. R Nova do Carvalho, 6.
Music Box
Uma das portas mais concorridas da zona decadente-chique do Cais do Sodré. Nos tampos das mesas há lingerie bem vermelha, vestígios da sua anterior existência. Imperial: até 2h (2€) depois 2h (2,5€). Vodka: 5€. R Nova do Carvalho, 24.
Lounge
É pequeno mas suficientemente grande para ter uma balaustrada imponente. Tem um bar e poucas mesas porque o espaço é para dançar ao som dos mais variados estilos. Aposta nos objectos retro e na excentricidade. Imperial: 1,50€. Vodka: 4€. R da Moeda, 1.
Maxime
É cabaret, café, bar, discoteca, sala de espectáculos. É o que se quiser. A aposta do momento passa pelo formato concerto seguido de DJ set. E tudo encaixa tão bem no local mais kitsch da capital. Imperdível. Imperial: 2€. Vodka: 4€. Pç da Alegria, 58.
Bedroom
Camas, cómodas, lustres e um requintado papel de parede. Três bares com barmaids sorridentes e DJs dedicados. A porteira é exigente, mas vale a pena passar pelo desafio para ver o espaço mais moderno do Bairro. Imperial: 2€. Vodka: 5€. Rua do Norte, 86.
Bicaense
Quatro degraus separam dois mundos distintos nesta antiga tasca.Em cima bebe-se, em baixo dança-se ao ritmo dos DJs residentes. Para quem anda afastado da noite há uns tempos, este é o sítio a ir. Imperial: 2€. Vodka: 4€. R da Bica Duarte Belo, 42A.
Mini-Mercado
O nome não é deixado ao acaso. Além de uma boa selecção de DJs, neste sítio há mesmo fruta suculenta acabada de espremer. E espelhos dourados espalhados pelas paredes. Um dos spots mais originais. Imperial:2€. Vodka: 4€. Av. D. Carlos I, 67.
Maria Caxuxa
As balanças e as misturadoras desta antiga fábrica de bolos são mesmo do tempo da Maria Cachucha. A multidão que se amontoa à porta é uma prova de que vale a pena entrar e refastelar nos sofás. Imperial: 1,50€ Vodka: 4€. R da Barroca, 6-12.
Funicular
É o irmão mais novo do Bicaense. O espaço é pequeno, mas isso não impede ninguém de dançar. A música é a dar para o revivalista e o lugar do DJ não é só reservado aos profissionais. O que é giro. Imperial: 1,50€. Vodka: 4€. Rua da Bica Duarte Belo, 44.
Estado Líquido
Uma enorme bola de espelhos que reflecte uma luz branca marca todo o espaço que se prolonga até a um recanto com uns confortáveis puffs. Já está na moda há quase cinco anos e não é por acaso. Imperial: 3€ Vodka: 6€. Lg de Santos, 5A.
Lux
A meio da noite pode sentir que está num edifício de sete andares. Tem três: um terraço com vista para o rio, um bar e a disco em baixo. Já nenhum noctívago que se preze vive sem Lux. Imperial: 3€. Vodka: 6€. Av Inf D Henrique, Armz A, Sta Apolónia.
Garage
Ter uma área VIP diz muito do que podemos esperar dos sábados nesta casa: muito beautiful people. Mas é preciso abrir bem os olhos porque a luz é difusa. E às vezes é bom que seja. Imperial: 3€. Vodka: 6€.R João de Oliveira Miguéis, 38-48.
Europa
Conserva os espelhos e uma certa aura do tempo em que foi bar de alterne. Hoje a música é outra. Está aberto a noite toda com intervalo das quatro às seis. Quando reabre é o after-hours mais cool da cidade. Imperial: 2,5€. Vodka: 5€. R Nova do Carvalho, 18.
Armazém F
Antes de ser after-hours, o melhor deste sítio era a sua localização junto ao rio. Continua no mesmo local, só que agora oferece pequeno-almoço e boa música ao nascer do dia. Imperial: 3€. Vodka: 6€. R da Cintura, Armz 65 (Cais do Sodré).
A noite dos cotas
A música é muito, mas mesmo muito revivalista. Chega a haver acessos de algum histerismo: “Ai os meus Beatles!!”
Se há coisa bonita de se ver é o cota assumido, à solta no seu habitat natural. Se não sabe o que significa a palavra cota, o mais certo é estar em negação. Acontece. Fica, pois, a explicação sucinta: cota é qualquer indivíduo a partir dos 40 anos. Para alguns alguém com 30 já pode ser designado por esse nome. Mas ignoremos os extremismos. Um cota também tem direito à vida. E é no Skones, instalado no edifício do restaurante Kais, que eles mais se soltam, recordando outros tempos, em que a barriga – e outras saliências – ainda não tinha descaído dramaticamente.
A decoração é simples e contemporânea, com cómodos sofás brancos (tão típicos do Verão), e pequenas lareiras (tão típicas do Inverno), a ladear mesas de madeira onde são expostas as garrafas que vão sendo consumidas (preferencialmente whisky e champanhe).
A pista está no bem no centro do espaço acompanhada por duas enormes bolas de espelhos. Uma profusão de camisas brancas bem engomadas, com laçarote preto a dar o tom, pululam de mesa em mesa denotando serviço atento e dedicado. A música é, inevitavelmente, muito, mas mesmo muito revivalista. E toda a plateia adora. Chega a haver acessos de algum histerismo: “Ai os meus Beatles!!”. E a mão na barriga à Júlio Iglésias ainda tem os seus fãs.
O estilo aperfeiçoado durante décadas nota-se em cada metro quadrado: desde o gavião à entrada da pista com a sua camada de gel rematada pelo belo caracol, até ao elegante cruzar de pernas com olhar sedutor nas mesas adjacentes. Ocasionalmente, aventuram-se por outras paragens como o BBC, o Bar do Rio ou, até mesmo, em momentos de completo descontrolo, ao Lux. Temos de reconhecer que a boa patine fica bem em qualquer lado.
A noite dos putos
“Parecem bandos de pardais à solta”. Às sextas, os sub-18 lisboetas divertem-se como gente grande.
Se um cota entrasse ao acaso em qualquer um destes sítios – Absoluto Be-Alive, Loft ou Garage – numa sexta-feira à noite, dificilmente saberia onde estava. Seria o mesmo que tentar distinguir a pepsi da coca-cola numa prova cega. A música, a faixa etária e os trapinhos a la Morangos com Açúcar são os mesmos. É uma e meia da manhã e a porta do Loft mal se vê tal é o ajuntamento de miudagem. Aqui disputa-se o primeiro campeonato da noite. O desafio consiste em ver quem é mais amigo do porteiro. Pancadinha nas costas, tratamento pelo nome próprio e ala lá para dentro.
Uma vez no interior, tem início o round “BBC Vida Selvagem”. Copo na mão e telemóvel na outra são as armas de encantamento. Elas, de saltos altos e maquilhagem carregada, parecem mães deles. Depois de uma breve mirada ao terreno e escolhida a presa, prossegue-se ao ataque. O rapazinho de t-shirt de alças safa-se em menos de cinco minutos. É uma corrida contra o tempo. Se há 10 minutos ela se chamava Carolina, agora já é Matilde. Há que viver uma vida inteira numa noite.
A inquietação típica da juventude faz com que estes clientes não consigam permanecer muito tempo no mesmo sítio. E partem rumo a outro vértice do triângulo, não das Bermudas, mas da noite ribeirinha. Com 10ºC, elas aventuram-se de vestido de alças e sandálias até à próxima festa. Pelo caminho são muitos os que se cruzam com o gregório. E toca de deitar cá para fora as “tequilas boom-boom” e os “sex on the beach” bebidos na tasquinha em Santos, que os fígados são tenrinhos e não aguentam. Os que souberam seguir os avisos dos papás e ficaram pela coca-cola, passam ao próximo round. Alegrem-se os pais, ainda são uns quantos.

domingo, 18 de novembro de 2007

Telemoveis

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Você Não Me Ensinou A Te Esquecer

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais
perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando me encontrar

E nesse desepero em q me vejo
já cheguei a tal ponto
de me trocar diversas vezes por vc
só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais
perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando me encontrar

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Achemed